domingo, 26 de fevereiro de 2012

Boba




Lembra quando sai toda errada, estava vestindo um vestido preto, meus cabelos eram despenteados pelo vento e você sorria e me chamava de boba, fui ver no dicionário e não sou nem idiota nem aparvalhada. Vou tentar entender como se você estivesse me chamando de ingênua, fofa ou qualquer outra palavrinha floreada que eu encontre.

Encontro seus olhos na minha nuca, sei que estão na nuca, pois sinto arrepios pelo corpo, lembra do dia em que seu caderno de desenhos ficou comigo? Bog, que desenhos lindos, me limito na escrita enquanto você sai por aí distribuindo charme, bons traços riscados no papel e textos divinos ( profanos também, pois bem), acho isso injusto. Levei o caderno para casa, você nunca passou pela porta do meu quarto em matéria, mas estavas ali: com seu sorriso do Gato de Botas e seus olhos de chocolate derretido. Derretida estou eu no carpete, meu amigo passa e me pergunta o que aconteceu com meu rosto e que suspiro contido é esse que guardo, sorrio e desconverso.
Outros dias te encontro, em sonhos, na vida real, no imaginário, no invertido, na gota que escorreu pelo corpo e seus olhos acompanharam.
Gota na papila, olhos negros, colorações esquisitas.
Que mágika é essa?

Encontrei-te na mão do palhaço, como foi divertido te aninhar no meu colo, entontecendo seus devaneios e sobriamente procurando palavras para os desafios que surgiam.
Sua pequena garotinha assustada: Vênus

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