domingo, 26 de fevereiro de 2012

Me deixe ir...



Me deixe ir....


Minhas coisas já estão prontas.


Já apaguei os vestígios de minha presença ao seu lado.


Já encaixotei nossos sonhos e coloquei no lixo.


Já amassei todas as cartas de amor


Já toquei fogo nos nossos lençoís


Usei o extintor para apagar o nosso fogoso rastro


Meu cheiro já foi extinto


Coloquei no lixo os danones e chocolates, que você compra pra mim.


Me lavei e coloquei um perfume novo, já não tenho o cheiro antigo


Vendi nossas fotos para um jornal qualquer e o lucro deixei com o mendigo, que sempre disse que eramos um lindo casal.


Vendi nossos moveis e depositei uma parte na minha conta, nossa conta não é mais conjunta. Calculei nossas partes e tens o que te coube.


tempos depois...


Me lanço no mar, como uma renovaçãoPercebo que o sapato que você me deu solta do meu pé, perdi você em mim.Quando voltava para casa, molhada e tremula, nossa musica tocou, uma das coisas que não consegui apagar. Nossos momentos, como um filminho, passaram em minha mente. Que droga.Corri para o nosso antigo lar, COMO VOCÊ NÃO MUDOU A CHAVE?? CONTINUA O MESMO IDIOTA DE SEMPRE... E EU TAMBÉM, JÁ QUE TENHO A CHAVE COMIGO.


Na parede da sala estava escrito: TE DEIXO IR, MAS VOLTE UM DIA!


E você estava sentado, com aquele sorriso infantil, escondendo seu rosto. Vi seus olhos, seus olhos de chocolate derretido, seus olhos em mim.


Percebi que tinha atravessado a cidade inteira com um só sapato. O que faltava estava nas suas mãos. Como pode?


- Me deixe ir. Sussurrei com a voz que ainda me restava, tartamudeando na garganta.


- Te deixei, mas me apaixonei por uma garota desconhecida, que se jogou no mar com roupa e tudo, nem percebeu que um de seus sapatos fois arrastado até meus pés. Uma garota linda, desconhecida até então. Fugi, com medo de que seus olhos fossem tão gelados e coléricos, quanto o que vi da minha garota, a garota que me abandonou. Medo de recomeçar. Depois ouvi seu sorriso, o que acelerou meus pés. Era você, me apaixonei por você de novo; Só percebi aqui que ainda carregava seu sapato.


- Mas...


- E de novo, por favor, me deixe falar;


- tudo bem..


- Me apaixonei por você de novo, me apaixonei pelas paredes em branco, que preenchi para você. Te amo. Como nunca, como sempre.


- E como vamos fazer?


- Nos amar! caso você me ame.










E é claro, eu o amava

Boba




Lembra quando sai toda errada, estava vestindo um vestido preto, meus cabelos eram despenteados pelo vento e você sorria e me chamava de boba, fui ver no dicionário e não sou nem idiota nem aparvalhada. Vou tentar entender como se você estivesse me chamando de ingênua, fofa ou qualquer outra palavrinha floreada que eu encontre.

Encontro seus olhos na minha nuca, sei que estão na nuca, pois sinto arrepios pelo corpo, lembra do dia em que seu caderno de desenhos ficou comigo? Bog, que desenhos lindos, me limito na escrita enquanto você sai por aí distribuindo charme, bons traços riscados no papel e textos divinos ( profanos também, pois bem), acho isso injusto. Levei o caderno para casa, você nunca passou pela porta do meu quarto em matéria, mas estavas ali: com seu sorriso do Gato de Botas e seus olhos de chocolate derretido. Derretida estou eu no carpete, meu amigo passa e me pergunta o que aconteceu com meu rosto e que suspiro contido é esse que guardo, sorrio e desconverso.
Outros dias te encontro, em sonhos, na vida real, no imaginário, no invertido, na gota que escorreu pelo corpo e seus olhos acompanharam.
Gota na papila, olhos negros, colorações esquisitas.
Que mágika é essa?

Encontrei-te na mão do palhaço, como foi divertido te aninhar no meu colo, entontecendo seus devaneios e sobriamente procurando palavras para os desafios que surgiam.
Sua pequena garotinha assustada: Vênus

Sem a tua





Como poderei viver sem a tua companhia?
Que coisa chata essa distância, que me impede de te abraçar, de olhar teus olhos castos e esconder uma lágrima de alegria.
Que deus cruel esse que me afastou de seus braços, mas penso que foi para me fazer ter mais vontade de me abrigar em ti.

Fico pensando em como esbarramos por acaso
acaso

s. m.
1. Ocasião imprevista que produz um facto.
2. O que acontece fortuitamente.
adv.
3. Expressão usada para indicar uma hipótese (ex.: acaso haverá algum médico entre nós?).
4. Casualmente.
5. Talvez.
ao acaso: sem a reflexão necessária. = À TOA, À VENTURA

Ventura: Los Hermanos, escuto um pouco e imagino se alguma música desse álbum pode ser dedicada para mim, para você tenho Um par escolhido. Mas isso já é uma outra história.
Talvez o CFP tenha sido apenas uma porta, onde abraços foram divididos todos os dias e algumas conversas também, lembro que nos falávamos, facto, mas não sei se nos ouvíamos.
Te ouvi, me surpreendi até, quando te vi numa noite de grande euforia, você ali perguntando se me conhecia de algum lugar e eu desconversando, fingindo não saber... Até que o reconhecimento aconteceu.

E hoje dividimos confissões, medos, neuroses e acontecimentos. O que o futuro nos reserva?
À Ventura. Aventura é viver.


Para o Gabriel Cavalcante

Se cuida!




Não fale "se cuida", quero me descuidar, quero chorar por tudo, quero gritar que é injusto não sentir, quero pedir ao Mágico de Oz um coração, mesmo que ele me chame de sortudo por não tê-lo.
Não mande " Se cuida" não quero me cuidar assim, não sabendo que você não volta.
Não quero afastar mais uma vez alguém que tanto me dedica amor; me deixa tentar retribuir, mesmo que seja com esse silêncio de quem só sabe sentir por dentro.
Não vou me cuidar, pois se eu assim fizer você vai embora, mas eu devo te deixar ir, certo?
então eu me cuido, tentando encontrar lágrimas secas para despejar com sua ausência, tentando permitir que minha boca pronuncie o quanto sente sua ausência. Mas pra que dizer? vc sabe disso, eu também sei.
Mas o que eu não sei é sentir.

por isso, mais uma vez, vejo o amor bater na porta e grito em silêncio para que ele não me escute confessar: EU QUERO SENTIR!