domingo, 22 de maio de 2011

Frio



Aqui está tão frio, Zé, não adianta só o cobertor, as meias, a calça, o moleton, não adianta nada zé... que o frio lateja aqui dentro... sabe.

Não sei se foi a tristeza que me consumiu, mas nunca fui dada a alegrias extremas, sempre fui aquela pessoa que não sabe ser insuportavelmente alegre. Já fui intensa, amigo, já fui completamente desvairada...
Mas o que sobrou??
Esse nó no peito... esse vazio que os textos preenchem por segundos.

Zé, fecha a janela, não quero ser enamorada por moços que não desejam mais do que um rosto belo e um ar romântico. Não quero um homem que me queira de boca fechada e agulha na mão, sou capaz de costurar seus olhos, mas não espere que eu coloque os botões de sua camisa.

Ainda nem começou minha lista de coisas que afastam, sou feita de farpas... sou feita de urgências.

Zé, não tente passar dessa linha que eu fiz... é proibido... fica aí onde você está.

Não sei amar mais não, desaprendi

Um comentário:

Marcus Natir disse...

Lindo, como há de ser! Adorei!