Diferente

Me sinto alegre, mas é uma alegria diferente. Suficientemente capaz de me fazer ter vontade de passar horas e horas olhando a plenitude do mar. As vezes sinto que é isso que me falta: a rebeldia do mar quando menos se espera, a calma que as vezes o o possui. Tempestivo e tranquilo. uma harmonia estranha, meio que uma mistura agridoce, uma contradição que me deixa tranquila. Acho que é disso que gosto, de coisas instaveis e estaveis, de coisas plenas, mas as vezes incompletas para que eu complete, deixando um rastro de sentimentos a flor da pele, um rastro de dor, mas aquela dor precisa, aquela dor que é preciso sentir. É estranho dormir assim, e acordar com a mesma alegria intacta, me preocupando apenas com o que me toca o que me desperta uma batida forte, o que me atrai e o que me encanta. Ontem a noite pensei nele, mas não foi triste, foi calmo e forte, lembrado dos pequenos detalhes, das risadas sinceras, dos olhares cumplices e travessos, das palavras doces sussurradas, de que apresentei para ele o filme "sociedade dos poetas mortos" numa madrugada serena, de como ele sempre me chamava de "cubinho de gelo" e de como eu o chamava de "Rei Sol"... tantos pequenos detalhes que me confortam depois que tudo terminou.